As vezes sinto os dedos dele me tocando O vento... E quando abro os olhos Estou apenas sentada em um imenso jardim Ouvindo o som de cada ave que lá existe Vivo melhor de olhos abertos Pois quando os fecho Começo a escutar o som perturbador da rua Mil vozes e gritos escandalosos Vejo o escuro e imagens vãs
Quando tento abrir os olhos Não consigo Grito por ajuda Mas não há ninguém
De súbito, vem me uma sensação O frescor da brisa misturada ao calor do sol E a brisa vai me segurando e tomando forma Vai me puxando para mais perto das árvores E lá me ensina a dançar Me mostra todas as borboletas Que nunca, jamais vi... O som da natureza inteira junta Em uma única música Tudo é tão belo, tão mágico
Quando tento fechar os olhos para não perder a lucidez, não encontro coragem Já me acostumei com a irrealidade
É que o perfume das rosas Sufoca minha garganta Com seu doce aroma Me prende ao jardim Pelo menos é melhor que o sufoco do mundo Que quando eu fecho os olhos Me sufoca com a poeira e a fumaça Das vilezas que uma alma pode ter Os barulhos perturbadores E a rotina exaustiva Ensinam que na vida Tudo tem hora para ir e chegar
Eu tento abrir os olhos Para ficar no jardim Mas ao mesmo tempo Tento fechá-los Para não ficar na ilusão...
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